Governo federal quer acabar com direitos econômicos de jogadores para fortalecer clubes

Por Bernardo Itri

Mercado controlado

Como parte do pacote de mudanças no futebol pós-Copa, o governo federal pretende acabar com os direitos econômicos de jogadores. Discutida em 2013, a proposta foi retomada pelo Ministério do Esporte, que quer colocá-la em prática o quanto antes. A medida mexe com a estrutura do futebol nacional: dá fim aos empresários que investem na compra e venda de atletas e faz com que apenas clubes possam ser donos dos jogadores.

Passo a passo. O plano do governo federal é, num primeiro momento, limitar a divisão dos direitos econômicos dos jogadores, deixando a maior parcela sempre com os clubes. E, posteriormente, acabar de vez com essa propriedade, deixando os clubes como os únicos detentores.

Modelo. O Ministério do Esporte está, inclusive, encomendando uma pesquisa para sustentar a aplicação da medida. O estudo, a ser produzido pela FGV, analisará os mercados da França, da Inglaterra e da Polônia, onde os direitos econômicos prevalecem nas mãos dos clubes —e não nas de empresários.

Próximo capítulo. Além de receber o Bom Senso F.C. nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff deve se encontrar com os presidentes dos principais clubes brasileiros nos próximos dias. Se for confirmado, o encontro, que é um anseio dos dirigentes, servirá para os times pedirem celeridade na aprovação de lei de refinanciamento das dívidas fiscais.

Fora do jogo. O Bom Senso F.C., aliás, sofreu um desfalque. O advogado João Chiminazzo, integrante do grupo desde sua origem, em 2013, não faz mais parte do movimento. Chiminazzo era o consultor jurídico do Bom Senso para as manifestações, mas deixou o grupo por não concordar com o rumo que ele estava tomando.

A caminho. Gestor do Itaquerão, Andres Sanchez foi aos Emirados Árabes na semana passada e retornou animado. A amigos o cartola disse que o acordo para a venda dos naming rights do Itaquerão está muito próximo de ser concretizado.

A caminho 2. A expectativa dentro do Corinthians é que o patrocínio da camisa do time para 2015 seja negociado junto com os naming rights. O contrato do clube com a Caixa termina no fim deste ano e não há previsão de renovação.

Escaldados. No entanto, a novela da venda do direito sobre o nome do estádio corintiano é tão longa que até as pessoas mais próximas de Andres não estão dando tanto crédito à possibilidade de o cartola de fechar em breve o contrato.

Eleição… O novo presidente do Santos pode ser eleito, em dezembro, via internet. A diretoria do clube vai colocar em votação no Conselho Deliberativo a autorização para que os sócios possam votar à distância.

…on-line. Para conseguir a aprovação, a direção do Santos argumenta que a maioria dos sócios moram fora da cidade-sede do clube e, com o voto à distância,  mais torcedores têm direito a voto. A medida, no entanto, está sofrendo resistência por parte da oposição.

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“Não pode analisar pela simpatia. O trabalho que ele fez foi muito bom.
MURICY RAMALHO
técnico do São Paulo, sobre o possível retorno de Dunga para a seleção brasileira