Cartolas presos comandavam finanças da Fifa, e escândalo respinga em Blatter

Por Bernardo Itri

Apesar do esforço de Joseph Blatter para isentar a Fifa de culpa nas investigações sobre corrupção, dois dos sete cartolas presos nesta semana podem fazer o escândalo respingar na gestão do suíço. Isso porque, o norte-americano Jeffrey Webb e o uruguaio Eugenio Figueredo estavam comandando as finanças da administração de Blatter na Fifa até quarta-feira (27). Ambos compunham, ao lado de mais quatro dirigentes, o Comitê de Finanças da Fifa. Figueredo estava no órgão desde 2014, e Webb, há três anos.

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Me inclua fora dessa. Cartolas próximos a Marco Polo Del Nero dizem que, após a prisão de José Maria Marin, o dirigente lavou as mãos. Segundo eles, o presidente da CBF, criticou seu vice e antecessor aos dirigentes com quem conversou. Condenou as atitudes relatadas na investigação dos EUA e negou participação nos esquemas.

Intacto. Até a CBF retirou Marin de seu quadro, mas a Conmebol, por enquanto, não tomou nenhuma medida para desligar o cartola, preso na Suíça e banido temporariamente do futebol pela Fifa. Marin segue diretor da entidade sul-americana e, segundo o presidente da Conmebol, Juan Ángel Napout, ainda não há um substituto definido.

Intacto 2. Outro dirigente preso, Rafael Esquivel também permanece com cargo na Conmebol. O venezuelano é o terceiro vice-presidente da entidade.

Fio da meada. A investigação sobre a corrupção no futebol pode chegar na Copa do Mundo de 2014. O problema: a Traffic, do réu confesso J. Hawilla, e o Grupo Águia, de Wagner Abrahão, foram os responsáveis pela revenda de pacotes VIPs do Mundial.

Bola nas costas. O presidente da Uefa, Michel Platini, foi o único membro da mesa diretora da Fifa que não se levantou para aplaudir Joseph Blatter, assim que o cartola foi reeleito para seu quinto mandato. O francês, que pediu para Blatter renunciar nesta semana, ficou boa parte do discurso vitorioso com os braços cruzados.

Pente fino. A participação do diretor-geral da Conmebol, Gorka Villar, na defesa de Marin e dos cartolas sul-americanos acusados de corrupção pelo governo dos EUA deve ser questionada dentro da entidade. O comitê de ética da Conmebol deve analisar se a participação do CEO da entidade fere o seu estatuto.