O contrato do São Paulo com a Far East — para intermediar o acordo de fornecimento de material esportivo com a Under Armour — prevê que o clube pague à empresa com sede em Hong Kong a comissão de 15% em, no máximo, dez dias após o recebimento de qualquer valor dos norte-americanos, segundo a cláusula quarta.
O que chama a atenção é que, até o momento, a empresa parceira não se movimentou para cobrar o que é devido, quantia que já passa do milhão de reais e de sete meses de atraso.
São Paulo e Under Armour anunciaram que eram parceiros em março de 2015, mas em dezembro de 2014 a empresa pagou as luvas do acordo, e em janeiro de 2015 uma primeira parcela da verba de patrocínio. Até agora, o clube não repassou um centavo à Far East.
Segundo o São Paulo, o valor não foi pago primeiro porque o conselho deliberativo não aprovou o contrato — oposicionistas questionam o fato de a Far East não ser uma empresa conhecida no ramo de prospecção de patrocínios, e tem sede em Hong Kong, um paraíso fiscal.
Mas o São Paulo admite que, mesmo se o CD houvesse aprovado, não teria repassado os valores porque usou todo o pagamento da Under Armour para quitar dívidas, inclusive de salário com atletas.
O clube informou também que não teme ser processado porque tem um bom relacionamento com o executivo da Far East, o norte-americano Jack Banafsheha. Ele não foi localizado para comentar o assunto.
O valor total do contrato do São Paulo com a Under Armour, por cinco anos, é de R$ 122 milhões, e como a Folha revelou a Far East tem direito a 15% de tudo, inclusive de bônus em caso de títulos conquistados pelo time.