José Peseiro é um treinador português, 55 anos, que encantou o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar. Era ele quem Aidar queria quando Muricy Ramalho saiu, e é ele quem Aidar gostaria de ter agora na vaga de Osorio.
Ataíde Gil Guerreiro é o ex-vice-presidente de futebol do São Paulo, que bancou Osorio da primeira vez, em maio de 2015, por não gostar do modo com que Peseiro, ex-Sporting, Braga e auxiliar no Real Madrid, e seus procuradores conduziram a negociação. Havia algo de estranho, disse na época Ataíde a pessoas próximas.
Hugo Garcia, empresário de Peseiro, admite que ofereceu o treinador nas duas vezes, em maio e agora, quando ficou definida a saída de Osorio. Mas nega que haja qualquer algo na negociação de “estranho”.
“Peseiro tem um ótimo currículo. Foi uma negociação normal, e o São Paulo preferiu o Osorio. Tratei diretamente com Carlos Miguel e Ataíde, não houve intermediário”, disse Garcia.
“O Peseiro não pode ser envolvido nesses problemas políticos do clube. É um ótimo treinador, com um ótimo currículo, e que poderia ajudar muito na evolução do futebol brasileiro”, continuou Garcia.
A crise entre Aidar e Ataíde começou no caso Iago Maidana, quando o vice de futebol exigiu do presidente que desmentisse, publicamente, que ele participara da transação. Aidar fez isso no dia do clássico contra o Palmeiras, em 27 de setembro. Disse, em entrevista a diversos veículos, que fora o ex-diretor da base, Júnior Chávare, quem tratou do assunto.
A gota d’água, porém, foi Aidar insistir em contratar Peseiro para o lugar de Osorio. Ataíde ainda se lembrava da estranha negociação, e não concordava. O que foi dito a ele por Aidar, que ocasionou a dura discussão entre os cartolas, e segundo a “Veja” com um soco do vice no presidente, teve também a ver com a possível chegada desse treinador.