Enquanto exerceu a presidência interina da CBF, o vice da entidade e deputado federal Marcus Vicente colocou para ajudá-lo o presidente da Federação de Futebol do Espírito Santo, Gustavo Vieira. Vicente presidiu por 21 anos a FES.
Eles pediram para ver, por exemplo, a folha salarial dos funcionários da entidade. Vicente pensava em fazer um ajuste de contas na CBF nos cinco meses, ou até mais, em que comandasse a entidade.
Na terça (5), Marco Polo Del Nero, que estava licenciado desde 3 de dezembro para preparar a defesa das acusações de corrupção feitas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, reassumiu o cargo e Marcus Vicente voltou a ser apenas um dos cinco vices. A licença, inicialmente, seria de 150 dias.
Del Nero não gostou do que imaginou ser uma devassa nas contas da CBF. Também ficou irritado porque ouviu de alguns aliados que Marcus Vicente já conversava sobre a possibilidade de concorrer à eleição para o próximo mandato, que será iniciado em 2019.
A movimentação de Vicente, que não foi a primeira opção de Del Nero para substitui-lo na licença, fez o presidente antecipar seu retorno, e definir nova estratégia que deve levar outro vice, Antonio Carlos Nunes, do Pará, a ser o presidente caso Del Nero tome nova licença ou seja suspenso pela Fifa — ele é investigado pelo Comitê de Ética por supostos desvios realizados na CBF.