Governo quer Bom Senso em órgão que fiscaliza Profut, mas não como representante dos atletas

Por Marcel Rizzo

A intenção do governo federal é que o Bom Senso, movimento de atletas criado em 2013 para reivindicar melhorias no futebol, faça parte da Apfut (Autoridade Pública de Governança do Futebol).

Para que isso aconteça, o escolhido do Bom Senso não será indicado como representante dos atletas profissionais, mas sim de entidade de fomento ao desenvolvimento do futebol brasileiro.

A medida será feita porque é improvável que o sindicato dos jogadores sugerisse atleta ligado ao Bom Senso como seu representante, já que há rusga entre os dois grupos.

Serão dez membros na Apfut, que terá função de fiscalizar o cumprimento das obrigações de clubes e entidades esportivas ao Profut, a lei de responsabilidade fiscal do futebol.

Cinco serão representantes do governo: o presidente, que será indicado pela presidente Dilma Rousseff, dois nomes do Ministério do Esporte, um do Ministério do Trabalho e outro do Ministério da Fazenda.

Os outros cinco serão representados por atletas, treinadores, árbitros, dirigentes e integrante de entidade de fomento ao desenvolvimento do futebol brasileiro, que será a saída para ter o Bom Senso no órgão — o governo faz questão da presença do movimento na Apfut porque eles ajudaram na elaboração do Profut.

O ex-meia Alex, um dos líderes do Bom Senso, é o favorito para ser o indicado para a Apfut.

Pelo decreto assinado por Dilma, o Conselho Nacional do Esporte (CNE), que tem como membro o ministro do Esporte, George Hilton, poderia indicar os nomes que quisesse de cada categoria, mas cada instituição que representa os grupos deve ser ouvida para que apresente três opções, das quais o CNE escolheria um.

Para presidente, foi cogitado o nome do presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello. Mas como o time do Rio aderiu ao Profut, é improvável que ele comande um órgão que tenha que fiscalizar o próprio clube.