A investigação do pagamento de propinas em diretoria da construtora Odebrecht envolvida na construção do estádio do Corinthians passa também por possível superfaturamento.
Diálogos de meados de 2010, quando o projeto começou a nascer, relatados aos investigadores mostram que inicialmente a cúpula da Odebrecht se mostrava contrária à obra com o seguinte argumento: como justificar que se construiria um estádio do zero por R$ 820 milhões e que se reformaria outros para o Mundial por bem mais de R$ 1 bilhão?
O projeto inicial do estádio em Itaquera previa valor máximo de R$ 820 milhões — o final, segundo a matriz de responsabilidade da Copa-2014, foi de R$ 1,08 bilhão.
O Maracanã, que já estava de pé e, inclusive, já havia sido reformado ao menos outra duas vezes em sua história de mais de 60 anos, custou ao final R$ 1,05 bilhão, menos, portanto, que Itaquera.
A Odebrecht participou das duas obras. Outro ponto que intriga os investigadores é que, em Itaquera, houve demora para a liberação do empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e a empresa bancou a obra que precisava estar pronta a tempo de receber a abertura da Copa-2014, em 12 de junho. Não é algo usual isso.