Consultada na semana passada por um clube europeu que pedia interferência da entidade sobre o fato de não ter liberado um jogador para a Olimpíada, e este mesmo assim estar convocado por seu país, a Fifa respondeu que a questão é um problema entre o atleta e a equipe.
A resposta, protocolada na terça (12) e que não pode ter revelada os nomes do clube e jogador em questão, abre brecha para que os brasileiros convocados para a Rio-2016 “peitem” suas agremiações e viajem para se apresentar ao time da CBF na próxima segunda (18). A Fifa deixou claro: a organização da Olimpíada pode aceitar a inscrição de atleta, mesmo sem o aval do clube.
Pelo menos três jogadores convocados por Rogério Micale estão tendo problema em conseguir a liberação para integrar a seleção brasileira: o zagueiro Marquinhos, do PSG, o meia Felipe Anderson, da Lazio, e o volante Fred, do Shakhtar Donetsk. Um quarto, o meia Renato Augusto, do Beijing Guoan, da China, também pode ter problemas — ele é o favorito para substituir o machucado Douglas Costa, do Bayern de Munique, que será cortado.
A resposta da Fifa faz com que os atletas possam jogar a Rio-2016, sem possibilidade de punição para a sua confederação. O que pode acontecer é uma retaliação do clube a seu atleta (como multa ou, em caso extremo, rescisão contratual). E a CBF, quando fez a lista dos 18 convocados (que deve ser enviada até está quinta para a Fifa), chamou a atletas dispostos a peitar seus clubes.
Caso de Marquinhos, que há algum tempo está insatisfeito no PSG e pretende deixar o clube de Paris. Outros, como o goleiro do Benfica Ederson, ficaram fora porque provavelmente não entrariam em conflito com seus times.
A Fifa mantém entendimento de 2008, quando o Schalke 04, da Alemanha, acionou a entidade, e depois o Tribunal Arbitral do Esporte, contra CBF e o lateral Rafinha, que foi a Pequim disputar os Jogos. O tribunal esportivo também entendeu que o clube não poderia proibir o atleta de participar do torneio — o lateral acabou multado pelos alemães.